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Palavras-chave

Pandemia
COVID-19
APS

Como Citar

APS em Revista, E. C. (2020). Editorial. APS EM REVISTA, 2(1), 1–2. Recuperado de https://apsemrevista.org/aps/article/view/71

Resumo

 A pandemia da COVID-19 trouxe desafios inimagináveis no tocante à preservação da vida. Com efeitos sobre as distintas esferas sociais e múltiplas realidades socioeconômicas, o chamamento comum e que congrega organismos internacionais, governos nacionais, sistemas de saúde, profissionais da saúde e pesquisadores tem como objetivo primeiro e único salvar vidas. É um momento que demonstra, via de regra, um raro sentimento de solidariedade entre os povos com o engajamento de todos e todas em torno do enfrentamento desta gravíssima situação.

 

Na linha de frente, os sistemas de saúde, em maior ou menor grau, assumem posição relevante e onde estão fundadas as expectativas pela superação deste momento.  Independente de sua orientação ou posicionamento frente ao conjunto de políticas nacionais de saúde, é inegável a força e papel da APS neste embate, tanto pela demonstração da sua capacidade de possível antecipação e minimização de impactos enquanto principal porta de entrada da saúde, quanto pelas dificuldades inerentes ao manejo de uma situação que vem exigindo equipamentos, insumos, novos protocolos, saberes e fazeres ao longo de seu desdobramento.

 

Nesta perspectiva, o número especial da APS em Revista, intitulado APS no Enfrentamento da Pandemia da COVID-19, traz um conjunto de doze artigos que revelam a capacidade de produção de reflexões e evidências de uma comunidade científica preocupada e atenta a este contexto.  Ainda, demonstram que uma leitura interdisciplinar é sempre necessária para entender as diferentes nuances que envolvem esta situação.

 

Pela magnitude e relevância do debate, a Editoria Científica optou pelo formato similar ao preprint, isto é, voltado à maior agilidade na divulgação, sem a revisão tradicional pelos pares, mas devidamente avaliado em termos de conteúdo e rigor considerando a temática da COVID-19.

 

Dividido em três blocos, esta edição apresenta inicialmente um debate em torno da COVID-19 na APS, considerando reflexões sobre seu papel e princípios norteadores. Um segundo bloco apresenta experiências nacionais e internacionais no manejo da COVID-19 na perspectiva da APS.  Por fim, o terceiro bloco apresenta reflexões para além da pandemia.

 

Discutir sobre a COVID-19 e seu impacto no sistema produtivo vigente; a  importância do fortalecimento dos princípios históricos do SUS e da APS, aprofundar a reflexão sobre os desafios nesta pandemia e como atingem os princípios e atributos estabelecidos;  apresentar experiências internacionais (Espanha e Itália) e nacionais (Porto Alegre e Uberlândia) no manejo da pandemia; discutir as  relações estabelecidas entre o social e o biológico a partir dos discursos político-sanitários vigentes;  refletir sobre os desafios da formação médica diante da Pandemia quanto às (in)certezas acadêmicas ao compromisso social; analisar o papel da Vigilância Epidemiológica e os desafios para o SUS e a Atenção Primária à Saúde;  entender como o  enfrentamento à COVID-19 exige observar  a desigualdade no Brasil e o acesso à água; e reforçar o compromisso de pesquisadores com a ciência e o conhecimento nas publicações cientificas, manancial confiável e seguro em momentos de turbulência e fortes divergências; compõem o mosaico dos artigos deste número especial.

 

Trata-se, sem dúvida, de uma contribuição propositiva a este momento, trazendo aspectos relevantes e necessários à compreensão do contexto e posterior superação de suas dificuldades.  O formato que congrega diferentes perspectivas serve ainda para demonstrar a força de arranjos colaborativos e de reconhecimento e valorização da ciência, o que corrobora sua importância e tem nos apontamentos de Sagan (1998)[1] uma lição importante.

 

Este autor afirmava em escritos do século XX que aquela época seria lembrada por três grandes inovações, sendo a primeira delas, os “meios sem precedentes de salvar, prolongar e intensificar a vida” (p. 222).  Na segunda década do século XXI, a sociedade encontra-se às voltas com este mesmo desafio. Cabe a todos e todas garantir que isso ocorra, contando com uma Atenção Primária forte.

 

Os Editores

 

[1] SAGAN. Bilhões e bilhões. Reflexões obre vida e morte na virada do milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

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Como autor do artigo em anexo autorizo sua publicação, uma vez aprovado, na APS em Revista. Declaro ser de minha autoria o referido artigo e cedo, a titulo gratuito e em caráter definitivo, os direitos patrimoniais dele decorrentes. Assumo ainda inteira responsabilidade por seu conteúdo.

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