Educação permanente em saúde e modelo assistencial: correlações no cotidiano do serviço na Atenção Primária a Saúde
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Palavras-chave

Educação permanente em Saúde
Modelo assistencial
Cotidiano.

Como Citar

Costa Campos, K. F., Marques, R. de C., Ceccim, R. B., & Silva, K. L. (2019). Educação permanente em saúde e modelo assistencial: correlações no cotidiano do serviço na Atenção Primária a Saúde. APS EM REVISTA, 1(2), 132–140. https://doi.org/10.14295/aps.v1i2.28

Resumo

Motivação:

No Brasil, para a qualificação profissional em um modelo que atenda às necessidades de saúde dos usuários, fez-se uma aposta na Educação Permanente em Saúde (EPS). Pretendeu-se, a partir da análise do cotidiano de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), responder quais as correlações da EPS com as mudanças no modelo assistencial. Nesse sentido, o objetivo geral foi analisar o cotidiano de serviço na UBS, identificando mudanças na atenção ao usuário, proporcionadas pela EPS.

 

Método:

O cenário foi uma unidade básica de saúde do município de Belo Horizonte. Os participantes foram os trabalhadores e os usuários da unidade. O referencial de análise foi a abordagem do cotidiano de Agnes Heller. Os dados foram submetidos à análise crítica de discurso. Foram realizadas 30 entrevistas em profundidade, 25 com trabalhadores e 05 com usuários, resultando num total de 22h de entrevistas.

 

Resultados:

Os resultados evidenciaram forças potenciais dos trabalhadores e usuários, para colaborar na mudança de modelo assistencial, revelando a busca pela centralidade dos usuários na coordenação da atenção à saúde e a priorização das tecnologias leves nas práticas de cuidado.

 

Conclusões:

Concluiu-se que são necessários mais investimentos nos processos de educação permanente em saúde e que o reconhecimento do cotidiano como espaço para reflexões e análises é capaz de provocar desacomodação e superação crítica, abrindo espaço para novas práticas sociais e de cuidado na Atenção Primária à Saúde.

https://doi.org/10.14295/aps.v1i2.28
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