Resumo
O objetivo deste artigo foi identificar fatores que facilitam a atração e a retenção dos profissionais médicos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) em municípios da região oeste de Minas Gerais.Através de metodologia descritiva qualitativa, os resultados encontrados apontam como fatores de atração para o trabalho na ESF: identificação com o tipo de trabalho, porta de entrada no mercado de trabalho enquanto se aguarda a residência, admiração pelo tipo de trabalho e incentivo para esta área desde a graduação. Os fatores de retenção identificados foram a percepção da remuneração, compatibilidade com outra atividade remunerada; satisfação profissional; vínculo na contratação; curso de formação e aperfeiçoamento; estado civil; forma de ingresso; faixa etária; tempo de formado; quantidade de filhos. Os fatores de não retenção foram: oferta de emprego com melhor remuneração, entrada na residência e falta de valorização da ESF. Os resultados apontam a necessidade de se refletir sobre as diferentes ações públicas visando tanto fortalecimento da estratégia de saúde quanto de medidas voltadas à gestão de profissionais de saúde que favoreçam sua atração e retenção neste modelo.
Referências
ARANTES, L. J., SHIMIZU, H. E., MERCHAN-HAMANN, E. Contribuições e desafios da EstratégiaSaúdedaFamílianaAtençãoPrimáriaàSaúdenoBrasil:revisãodaliteratura.Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 21, n. 5, p. 1499-1510, May2016.
BARBOZA JS, LEMOS ABS, BARREIRO BFG, PEIXOTO GBM. Relatos médicos sobre formação acadêmica e trabalho na Estratégia de Saúde da Família. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2016;11(38):1-8. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc11(38)1393.
BOUSQUAT A., GIOVANELLA L., FAUSTO M.C.R., Medina MG, Martins CL, Almeida PF, et al. A atenção primária em regiões de saúde: política, estrutura e organização. Cadernos de Saúde Pública. 2019 jun; 35(suppl 2).
GUGLIEMI, Maria Cristina. A Política Pública “Saúde da Família” e a Permanência – Fixação – Do Profissional em Medicina: um estudo de campo em Pernambuco. 2006. Tese (doutorado) - Universidade Estadual do Rio de Janeiro IMS / Política, Planejamento e Administração em Saúde, Rio de Janeiro.
GIOVANELLA L., ALMEIDA P.F. Atenção primária integral e sistemas segmentados de saúde na América do Sul. Cad Saude Publica. 2017;33.
LORENZO S.M. La pandemia COVID-19: lo que hemos aprendido hasta ahora desde España. APS em revista. 2020; 2(1): p. 28-32.
MAGNAGO, C., PIERANTONI, C. R. Dificuldades e estratégias de enfrentamento referentes à gestão do trabalho na Estratégia Saúde da Família, na perspectiva dos gestores locais: a experiênciadosmunicípiosdoRiodeJaneiro(RJ)eDuquedeCaxias(RJ).Saúdedebate,Rio de Janeiro , v. 39, n. 104, p. 9-17, Mar.2015.
MANDARINI MB, ALVES AM, STICCA MG. Terceirização e impactos para a saúde e trabalho: uma revisão sistemática da literatura. rPOT. 2016;16(2):143-52.
MEDEIROS, C. R. G. et alA rotatividade de enfermeiros e médicos: um impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, supl. 1, p. 1521-31, jun. 2010.
PIERANTONI, Celia Regina et al . Rotatividade da força de trabalho médica no Brasil. Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 39, n. 106, p. 637-647, Sept. 2015 .
RODRIGUES, R. B. Atração, Retenção e a Lógica da Gestão de Recursos Humanos: Um Estudo Sobre os Médicos da Estratégia Saúde da Família. 1. ed. Belo Horizonte: Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Nig.One/UFMG, 2009.
SEIXAS, P. H. Médicos em Saude da Familia na cidade de São Paulo. OBSERVARHSP, 2006.
SILVA N.C., RODRIGUES R.B., ROCHA T.A.H., RODRIGUES J.M. Gestão De Recursos Humanos Em Saúde E Sua Necessária Interface Ao Mundo Organizacional – Um Olhar Ampliado. In XXXIII Encontro da ANPAD; 2009; São Paulo/SP: ANPAD.
STARFIELD B. Primary care: balancing health needs, services, and technology New York: Oxford University Press; 1998.
TONELLI, B., LEAL, A. P., TONELLI, W., VELOSO, D. C., GONÇALVES, D., & TONELLI, S. Rotatividade de profissionais da Estratégia Saúde da Família no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Revista Da Faculdade De Odontologi, 2018, 23(2).
TURCI M.A., LIMA E COSTA M.F., MACINKO J.A. Avaliação da Atenção Primária e a percepção do usuário sobre a qualidade da assistência: um estudo em cidade brasileira. APS EM REVISTA. 2019; 1(1): p. 3-17.
VIEIRA, Swheelen de Paula et al . A graduação em medicina no Brasil ante os desafios da formação para a Atenção Primária à Saúde. Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 42, n. spe1, p. 189-207, Sept. 2018 .
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 APS EM REVISTA